15 de jan. de 2010

Parceria

Governo do PSDB valorizou as ações da Pastoral da Criança

A colaboração entre Zilda Arns e o PSDB começou em 1998, com apoio do Ministério da Saúde à Pastoral da Criança. Naquela época, a médica pediatra e sanitarista Zilda Arns, tragicamente morta na última terça-feira (12), no Haiti, já ajudava 1,5 milhão de crianças com menos de 6 anos e salvava a vida de milhares de bebês com medidas simples, como a visita domiciliar de agentes de saúde, orientação alimentar, ensino do uso de soro caseiro e a pesagem mensal das crianças.

Isso permitiu, à época, que a mortalidade infantil nas áreas atendidas pela Pastoral ficasse entre 12 e 18 mortes por mil bebês nascidos. Nas regiões fora do alcance do trabalho de Zilda, esse índice saltava para 35 mortes.

Nobel - Por iniciativa do então ministro da Saúde José Serra, Zilda foi indicada ao Prêmio Nobel da Paz. Representando o governo Fernando Henrique Cardoso, Serra seguiu para a Noruega, no início de 2001, com a missão de formalizar a indicação perante o Comitê do Prêmio Nobel.

Naquela época, em entrevista à revista Isto é, Zilda Arns contou: "Sem nenhum conteúdo político, digo que o ministro da Saúde, José Serra, foi o primeiro ministro a dar atenção à Pastoral. Quando fui a Brasília pedir recursos, ele não quis olhar nada, simplesmente disse “quero dobrar a nossa participação"

Defesa - Zilda não hesitou em defender os programas sociais do PSDB diante das críticas furiosas do PT. O primeiro que ela defendeu foi o Bolsa Escola, criado pelo Ministério da Educação, e que entregava R$ 15 a cada criança de família carente que estivesse na sala de aula e com os atestados de vacinação em dia: " Os R$ 15 parecem pouco, mas promovem desenvolvimento local sustentável ", dizia.

Feminista e conhecedora dos hábitos familiares brasileiros, elogiou a decisão do governo tucano de entregar a titularidade dos cartões do Bolsa Escola às mães: "É o possível no momento e os resultados mostram a promoção da mulher em sua cidadania."

Programas pioneiros - Logo após as eleições de 2002, a criadora da Pastoral defendeu a manutenção, não só do Bolsa Escola, como também do Bolsa Alimentação, que entregava R$ 15 a crianças até 6 anos de idade e mães em período de amamentação pelo prazo de seis meses.

"É preciso valorizar os caminhos abertos pelos programas sociais que começaram a ser implantados nos últimos anos, como o Bolsa Escola, o Peti (Programa de Erradicação do Trabalho Infantil), o Bolsa Alimentação e o benefício para idosos e pessoas portadoras de necessidades especiais. Um grande passo seria avaliar essas experiências, reconhecer seus méritos e suas falhas e, a partir disso, aperfeiçoá-las e ampliá-las."

Em 2006, cansada, anunciou seu afastamento da coordenação da Pastoral, que já atuava em 14 países da América Latina, Ásia e África.


Morte - Segundo o senador tucano Flávio Arns (PR), sobrinho da médica sanitarista, Zilda Arns havia acabado de proferir palestra em uma igreja para mais de 150 religiosos. O Haiti era o próximo país a receber ajuda da Pastoral. A brasileira estava conversando com um padre local, quando o prédio ruiu e os destroços do prédio atingiram-na fatalmente.Araucárias, sede do governo estadual.

O corpo de Zilda Arns Neumann chegou ao Brasil na madrugada desta sexta-feira (15). O velório da fundadora da Pastoral, que nasceu em Forquilinha (SC), mas morava em Curitiba, será realizado na capital paranaense, no Palácio das Araucárias.

A família de Zilda pede que, em vez de coroas de flores, aqueles que querem homenagear a médica façam doações à Pastoral da Criança. (Fonte: da Agência Tucana, com informações e edição do Diário Tucano/Fotos: Jonas Pereira e Valter Campanato- Agência Brasil)

Caças da FAB

Hauly quer saber quem vai pagar a conta do maior negócio militar do país

O deputado Luiz Carlos Hauly (PR) apresentou requerimento à Mesa Diretora solicitando informações sobre a compra dos 36 novos caças para renovar a frota da Força Aérea Brasileira (FAB). Hauly quer saber do governo quanto vai custar a fabricação dos aviões e também se as despesas são de responsabilidade do fornecedor do avião ou de seu país de origem.


“É uma decisão técnica, política, econômica e científica. Todas essa as questões devem ser consideradas”, ressaltou Hauly. O Brasil exige três condições para concluir o programa F-X2, o concurso para aquisição dos caças: soberania de uso das aeronaves, reserva de mercado e transferência de tecnologia.

“Quem é que vai pagar essa conta? A quem caberá as despesas referentes ao desenvolvimento de plataforma e subsistemas de um avião que viesse a ser selecionado e não estiver plenamente desenvolvido?”, questionou o deputado.

A Aeronáutica entregou na semana passada o relatório final com a avaliação técnica e o ranking para a compra dos caças: o sueco Gripen NG da Saab, em primeiro lugar; o F-18, da Boeing norte-americana, veio em segundo na preferência da Aeronáutica e o Rafale, da Dassault (França), em terceiro. A avaliação, no entanto, é meramente formal uma vez que o próprio ministro da Defesa, Nelson Jobim, já afirmou que a escolha levará em conta intenções políticas. Em setembro, o presidente Lula assinou acordo militar com a França e, já naquela época, admitiu preferência pelos caças franceses.

Na volta do recesso parlamentar (em fevereiro próximo), o requerimento deve ser encaminhado ao Ministério da Defesa, que terá 30 dias para responder sobre o Programa FX2. Se houver recusa, não atendimento no prazo ou prestação de informações falsas, as autoridades podem responder por crime de responsabilidade, como determina a Constituição. (Da redação do Diário Tucano, Alessandra Galvão, com informações de agências)

Sofrimento e abandono

Wandenkolk responsabiliza governo por abandono dos índios


O deputado Wandenkolk Gonçalves (PA) culpou nesta sexta-feira (15) o governo pela situação de abandono e morte da comunidade indígena brasileira. Segundo o parlamentar, a ausência de políticas públicas está levando os índios à pobreza extrema e à morte. Segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU), dos 750 mil índios brasileiros, cerca de 285 mil (38%) vivem na miséria total.


“É lamentável que os índios no Brasil só sirvam de massa de manobra. É preciso que o governo defina claramente uma política para esses povos e que eles participem dessa elaboração”, disse. "Sem isso", afirmou o parlamentar, "eles serão extintos".



O parlamentar lembrou que muitos índios vivem nas periferias das grandes cidades, dependentes de droga e do álcool por causa da inexistência de medidas protetoras do governo. “Eles estão desempregados e despreparados para enfrentar o mercado de trabalho. Dessa forma, ficam sem ter como sobreviver. O apoio do poder público é totalmente inexistente”, lamentou.

“A Funasa (Fundação Nacional da Saúde, órgão responsável pela promoção da saúde indígena) é incompetente, despreparada e, ao mesmo tempo, totalmente desaparelhada para atender a comunidade indígena”, criticou o parlamentar. "É importante que pessoas preparadas tratem dos problemas dos índios. E que os defenda”, completou, lembrando dos muitos casos de suicídio nessas comunidades por falta de expectativa de vida. (Reportagem: Letícia Bogéa/ Foto: Du Lacerda)

Discussão geral

Eduardo Gomes vai propor Comissão Geral para discutir Programa Nacional de Direitos Humanos na Câmara


Diante das polêmicas em torno do III Programa Nacional de Direito Humanos lançado pelo presidente Lula, o deputado Eduardo Gomes (TO) articula a formação de uma comissão geral na Câmara para analisar o texto. O tucano pretende, a exemplo do que aconteceu nas discussões sobre o pré-sal, movimentar o parlamento e a sociedade para discutir de forma aprofundada tudo que se refira ao programa.


“O Legislativo e a sociedade como um todo precisam ser ouvidos, até porque o texto apresentado pelo governo trata de temas muito polêmicos e que têm gerado uma grande divisão de opiniões. Com um amplo debate poderemos acabar com as polêmicas e chegar a um senso comum”, explica o tucano, que é presidente da Comissão de Ciência, Tecnologia e Comunicação da Casa.

O parlamentar defende que todos os temas que constam do programa nacional elaborado pelo governo sejam debatidos pela comissão geral; entre eles a liberdade de imprensa; reintegração de terras; direito da mulher ao aborto e as atribuições da Comissão da Verdade, instalada para tratar das violações dos direitos humanos durante a ditadura.

O tucano acredita que não terá dificuldades em contar com o apoio dos parlamentares governistas para garantir a instalação da comissão. “Irei apresentar um relatório aos líderes de partidos. Já contamos com o apoio do PSDB, DEM e PPS e acredito que todos os partidos, inclusive os da base do governo, irão apoiar a ideia da forma como está sendo colocada", afirma o parlamentar. 

Gomes explicou que sua intenção é aperfeiçoar o texto com a participação de todos e de maneira apartidária. "O parlamento e a sociedade podem contribuir muito para acabar com as polêmicas e tornar o plano o melhor possível”, defende o deputado. (Reportagem: Djan Moreno/ Foto: Du Lacerda)

Zilda Arns

Família do senador Flávio Arns (PR) divulga nota lamentando morte da médica pediatra e sanitarista Zilda Arns, em decorrência do terremoto no Haiti.

Segue a íntegra da nota:


Esperança, confiança e crença num destino digno para toda a humanidade são sentimentos da família do Senador Flávio Arns neste momento de vazio pela dolorosa e inesperada perda. Além de familiar, Zilda Arns representava um modelo de cidadania para os brasileiros, que sobreviverá na memória de todos e, mais especificamente, nas voluntárias da Pastoral da Criança.

Tia Zilda, como era chamada pelos familiares, transportou para a vida os princípios de ética e amor ao próximo assimilados no seio da família, exemplificados até seu momento final, em missão humanitária no Haiti.

O senador Flávio Arns desembarcava em Brasília para atender a compromissos na capital, quando foi informado do acontecido, deslocando-se imediatamente para a base aérea, de onde partiu para o Haiti, junto com a comitiva de autoridades brasileiras que viajaram ao País.


Desde então, o único contato feito com o Senador foi na madrugada desta quinta-feira, 14/01, quando ligou para a família, relatando a situação de extrema precariedade encontrada, informando que estavam sendo envidados todos os esforços para o retorno do corpo de dona Zilda ao Brasil, tão logo possível.

Segundo o Senador, Zilda Arns havia acabado de proferir palestra em uma igreja, as pessoas estavam saindo, tendo a brasileira ficado para trás, em conversa com o padre, quando o prédio ruiu, vitimando-a instantaneamente.

Em luto, a família do Senador Flávio Arns agradece as incontáveis manifestações de solidariedade, incentivando que a lembrança de Zilda Arns se traduza em todos, através de mais dedicação, respeito, amor e trabalho em favor do bem-estar social.

Neste momento de calamidade, temos tomado conhecimento dos esforços do Brasil, e de demais nações, em favor daquele empobrecido país. A família Arns espera que esse despertar de solidariedade internacional seja continuado, e prossiga para além da emergência imposta pela natureza, sempre em defesa da dignidade plena para o ser humano. (Da Agência Senado)