O líder do PSDB na Câmara, deputado João Almeida (BA), cobrou nesta segunda-feira (19) transparência do governo Lula na condução do Plano Nacional de Banda Larga. Reportagem publicada na "Folha de S. Paulo" de hoje aponta mais um elemento neste confuso processo: a empresa de telefonia Oi teria pedido R$ 27 bilhões para comandar o serviço de universalização da rede no país. A proposta foi classificada pelo Planalto de "inaceitável" e reforça a chance de a Telebrás ser a gestora do plano.
Almeida exigiu mais concorrência no processo de licitação. Para ele, optar pela reativação da Telebrás é um retrocesso. “Imaginávamos que diante da experiência das companhias telefônicas privadas, o governo pudesse abrir um edital de concorrência com absoluta transparência. É um retrocesso que a oferta da Oi tenha gerado no governo a convicção de ressuscitar a velha e falida Telebrás”, criticou.
Para o deputado, a Anatel deveria ser a responsável pela licitação. “Certamente poderemos chegar a valor justo a curto prazo, sem manobras, atropelos, negociatas ou acusações de negociatas relativas ao programa”, disse. Em fevereiro, a imprensa denunciou a atuação de uma rede de interesses privados junto ao governo para lucrar com a nova Telebrás. O ex-ministro José Dirceu teria recebido pelo menos R$ 620 mil do principal grupo privado a ser beneficiado caso a estatal seja mesmo reativada.
O tucano também questionou a resistência do governo Lula pela transparência. “Por que esse governo tem tanto medo e resiste tanto à transparência? Por que essa insistência em voltar ao capitalismo de Estado, em avançar sobre as áreas da economia em que a empresa privada está atuando com desempenho satisfatório, cumprindo metas, crescendo e inovando?”(Reportagem: Alessandra Galvão com informações da Folha de São Paulo/ Foto: Ag. Câmara)
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